quinta-feira, 14 de junho de 2007

Resenha:

Rock Independente com Jamile Vasconcelos (produtora)

Jamile Vasconcelos é formada em análise de sistema, mas trabalha como produtora cultural. Já trabalhou em projetos como: música no porto, sonora Brasil, mercado cultural, festival da Colômbia, mostra de artistas no SESC, já foi produtora de Bethânia e também é produtora do projeto giro independente. Sempre teve a parte cultural como força motora, mas seu foco é a música.

Segundo Jamile, há alguns anos ela observou que a noite de Salvador estava zerada com relação a projetos e espaços musicais, existia uma cena externa em outras cidades e estados, mas que não passava por salvador. Explica que bandas daqui como Ronei Jorge e Casca Dura agora que estão circulando, antes Retrofoguetes começou a circular para outros estados, mas era muito pouco e não havia informações sobre outras bandas de outros estados.

E foi através dessas observações que surgiu seu projeto giro independente, que trabalha com essa idéia de circulação. O projeto tem dois anos e já foi aprovado no edital da caixa, o primeiro show foi Eddie + Retrofoguetes + DJ’s, depois na Zauber com Lampironicos, num período de março, abril e setembro. A idéia era trabalhar com artistas de diferentes linguagens, mas as bandas que chegavam era essencialmente Rock. Seu primeiro show fez sozinha depois agregou parceiros que comprassem a idéia do projeto. O público esperado nos eventos faz parte de um segmento que cresce Salvador precisa se inserir mais e atrair esse público, para ela, a causa disso se deve ao crescimento e expansão do Axé influenciado também pelo carlismo. “Há dificuldades para desenvolver esse lado e com isso esses músicos que tocavam nesse segmento foram para o Axé, a quantidade de bandas e público diminuiu” diz Jamile.

Destaca que as casas noturnas cada vez mais são fechadas e que não há festivais na cidade tanto de música quanto em outras áreas como: audiovisual, teatral etc. devido a um enclausuramento que a Bahia passou. Diz ainda, que com a mudança de governo e a separação das secretárias de turismo e cultura, a parti daí uma nova visão e olhar podem tomar forças e se desenvolver. O Rock se transformou em resistência ao movimento de Axé aqui e há um declínio da cena Rock por causa da política anterior do governo.

Com relação às rádios que reproduzem esse Axé, segundo ela, seria uma conseqüência do processo e do governo que projeta a Bahia em cima do turismo. “A TV Bahia trabalha em cima dessa imagem. O Axé contribuiu para abafar a alma do Rock, tanto quanto outros movimentos. A máquina estatal é muito forte, porém há movimentos como o de música eletrônica que é crescente num movimento nacional. Temos também a grande influência do mangue beach que fortaleceu esse movimento aqui” diz Jamile.

Jamile encerra a palestra falando um pouco do que é ser independente. Para ela, fazer música independente é não estar atrelado a nenhuma grande marca, esses existem independentes de ter ou não patrocínio. Maria Bethânia, por exemplo, se julga, mas não é. Há três segmentos: Men strain Business, independente e underground. O Mundo Livre S/A são independentes não tem gravadora, pensam e vendem seus próprios CDs nos shows. Há diversas classificações para independente, Maria Bethânia, tem um selo na biscoito fino que é de uma gravadora independente. De acordo com o conceito de direito autoral Carlinhos Brown se considera também e assim por diante. “Há contradições entre produção independente e direito autoral”, diz Jamile.

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